
2.-Liberdade demais
3-Teléco-téco
4-Malandro bamba
5-Cara feia
6-Com fome não
7-Irene
8-Minha Marilú
9-Meu bem
10-Chóra, coração
11-P’ra brincar de namorar
12-Receita de mulher
Para conhecer ou relembrar...
Sérgio Porto, por ele mesmo, "Auto-retrato do artista quando não tão jovem"
"ATIVIDADE PROFISSIONAL: Jornalista, radialista, televisista (o termo ainda não existe, mas a atividade dizem que sim), teatrólogo ora em recesso, humorista, publicista e bancário.
OUTRAS ATIVIDADES: Marido, pescador, colecionador de discos (só samba do bom e jazz tocado por negro, além de clássicos), ex-atleta, hoje cardíaco. Mania de limpar coisas tais como livros, discos, objetos de metal e cachimbos.
PRINCIPAIS MOTIVAÇÕES: Mulher.
QUALIDADES PARADOXAIS: Boêmio que adora ficar em casa, irreverente que revê o que escreve, humorista a sério.
PONTOS VULNERÁVEIS: Completa incapacidade para se deixar arrebatar por política. Jamais teve opinião formada sobre qualquer figurão da vida pública, quer nacional, quer estrangeira.
ÓDIOS INCONFESSOS: Puxa-saco, militar metido a machão, burro metido a sabido e, principalmente, racista.
PANACÉIAS CASEIRAS: Quando dói do umbigo para baixo: Elixir Paregórico. Do umbigo para cima: aspirina.
SUPERTIÇÕES INVENCÍVEIS: Nenhuma, a não ser em véspera de decisão de Copa do Mundo. Nessas ocasiões comparativamente qualquer pai-de-santo é um simples cético.
TENTAÇÕES IRRESISTÍVEIS: Passear na chuva, rir em horas impróprias, dizer ao ouvido de mulher besta que ela não tão boa quanto pensa.
MEDOS ABSURDOS: Qualquer inseto taludinho (de barata pra cima).
ORGULHO SECRETO: Faz ovo estrelado como Pelé faz gol. Aliás, é um bom cozinheiro no setor mais difícil da culinária: o trivial.
Assinado, Sérgio Porto, agosto de 1963."
"Devolvi" o seu primeiro sucesso não foi o único, logo depois vieram cair na boca do povo músicas como o bolero "Seria tão Diferente", "Prece à lua", "Solidão", "Preciso chorar", "Primazia", "Ouvi dizer"(todas de Adelino Moreira) e "Mais uma lição"( Nonô Basílio). Depois, já pelos anos 70 e pela gravadora CBS veio uma segunda fase de sucessos, Núbia volta para as paradas com "Casa e Comida" música de Rossini Pinto que foi faixa título de um LP gravado em 1972, a música virou uma espécie de hino nacional das mulheres mal casadas e desprezadas pelo seu maridos infiéis, quase todas sabiam de cor o refrão que dizia; "Não é só casa e comida que faz a mulher feliz". Neste mesmo LP, a música "Aliança com filete de prata" (Gloria Silva) também passou a fazer parte definitivamente do seu repertório, como também as músicas que lançou anos depois a exemplo de "Mata-me" "Depressa"(Rossini Pinto), "Quem eu quero não me quer"(Raul Sampaio/ Benil Santos), "Esta noite eu queria que o mundo acabasse" (Silvio Lima)e as recordistas de pedidos suplicantes nos eufóricos shows de Núbia Lafayette: "Lama"(Aylce Chaves /Paulo Marques) e "Fracasso"(Mário Lago) músicas que ficaram celebres em sua voz.
Apesar dos modismos, Núbia sempre se manteve fiel ao romantismo das mágoas, da traição do desconsolo e da fossa que teve em Adelino Moreira seu grande profeta, mais ainda assim gravou também outro dos grandes especialista da dor de cotovelo como Lupcínio Rodrigues, Herivelto Martins, Raul Sampaio, Jair Amorim, Evaldo Goveia, Othon Russo entre outros.
Um dos seus últimos trabalhos foi gravado em Recife, lançado pela Polydisc na série 20 Supersucessos, aonde foram resgatados os grandes sucessos da cantora desde os mais conhecidos como: Que será, Ave Maria no Morro, Segredo e tudo Acabado, como também músicas que já estavam meio esquecidas a exemplo de "A Bahia te espera". E por falar em Recife, a cidade sempre esteve de portas abertas pra Núbia. No festival da seresta que acontece há alguns anos no Marco Zero da capital pernambucana, sua presença era sempre confirmada. Sentindo a brisa do mar, você assistia apresentações deste ícone da música ultra-romântica, da "dor-de-cotovelo " sem maldade, em sua expressão mais pura e mais sofisticada. Confirmando a cada clássico do seu repertório e que o verdadeiro romantismo jamais será brega.
Pra conhecer ou relembrar...
Disco: Núbia Lafayette 20 Super Sucessos
Ouça na vitrola
Em 1958 fez sua primeira composição ”Sambop” (com Maurício Einhorn), que foi gravada uns dois anos depois pela Claudete Soares no LP “Nova Geração em Ritmo de Samba”. Pelos idos de 59, organizou seu primeiro conjunto e acompanhou a cantora Leny Andrade. Em 1962 integrou o conjunto de Ed Lincoln e, como guitarrista, tocou no Sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes, durante o Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall (aquele mesmo!). Três anos depois foi violonista do conjunto Tamba Trio em gravações, participando ainda do conjunto Os Gatos, com o qual gravou o LP “Aquele som dos Gatos” (Philips) e, em 1966, ”Os Gatos” (Philips), incluindo sua composição ”E nada mais” (com Lula Freire). Compôs a trilha sonora de ”Estranho Triângulo”, direção de Pedro Camargo, e participou, em 1968, do III Festival Internacional da Canção, com a música ”Rua d'Aurora”, no qual tempos depois foi jurado.
Teve inúmeras composições gravadas por artistas brasileiros e norte-americanos, destacando-se “Chuva” (com Pedro Camargo), “Moça Flôr” (com Lula Freire), “Batida diferente” (com Maurício Einhorn), gravada por Roberto Menescal e seu conjunto, Tamba Trio e nos anos 90 pela Leila Pinheiro, e com várias outras gravações no Brasil e no exterior; ”Tristeza de nós dois” (com Maurício Einhorn e Bebeto), gravada em 1962 pelo conjunto de Sérgio Mendes e também com inúmeras gravações; ”Estamos aí” (com Maurício Einhorn e Regina Werneck), 1963, gravada por Leny Andrade, na Odeon; ”Nuvem”, com o mesmo parceiro, gravada pelo conjunto Os Gatos, de Eumir Deodato, na Philips. Sua composição com Maurício Einhorn e Hélio Mateus, ”Avião”, foi uma das últimas gravações do cantor Agostinho dos Santos, antes de sua morte em acidente aéreo. Produziu as vinhetas da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, sozinho e em parceria com Orlandivo. Durante toda sua carreira, foi diretor artístico de grandes gravadoras e nelas descobriu e produziu artistas consagrados da música brasileira - Sandra de Sá, Emílio Santiago, Joanna entre outros. Foi o responsável também pela produção do projeto “BOSSA NOVA - História, Som e Imagem” (SPALA/CARAS). Com Aloysio de Oliveira produziu os álbuns: “O SOM BRASILEIRO DE SARAH VAUGHAN” e “MIÚCHA E TOM JOBIM”. Vinha realizando shows solo e com seu grupo “ESTAMOS AÍ”. Mesmo com tantos feitos e com essa importância pra música do país e na música mundial, quantas vezes vocês já ouviram ou tiveram a oportunidade de conhecer esse artista? Quantos brasileiros sequer imaginam que a Bossa Nova não foi o samba de uma nota só de um homem só? Fica registrado mesmo que tardiamente o inestimável legado musical e cultural do Durval Ferreira. O homem dos acordes e batidas diferentes. E agora? Sem gato no telhado, só restam as lembranças dos Gatos na vitrola!